quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fortes protestos marcam celebração de revolta estudantil na Grécia


Hoje (17), em Atenas, milhares de pessoas participaram da marcha anual em
memória a revolta estudantil de 1973 na Grécia. Aproximadamente 6.000
manifestantes engrossaram o bloco anarquista, um dos maiores dos últimos
anos.
No bairro de Exarchia foram registrados fortes confrontos entre
manifestantes e a polícia, onde os ativistas montaram barricadas e
lançaram coquetel molotov, pedras e garrafas contra os agentes de
segurança. Pelo menos 300 pessoas foram presas.
Em Tessalônica, também houve choques entre manifestantes e a polícia
grega. Jovens atiraram coquetel molotov nos policiais e chegaram a quebrar
janelas de bancos e queimar uma motocicleta da polícia.
Na cidade de Iráclio, na ilha de Creta, dezenas de anarquistas ocuparam a
prefeitura local. Manifestantes danificaram diversos estabelecimentos
comerciais de luxo e bancos 24 horas.
Em Patras, milhares de pessoas também foram para as ruas para protestar.
Os manifestantes destruíram diversos bancos e carros. Muitas janelas de
vidro de estabelecimentos comerciais foram quebradas.
Em 17 de novembro de 1973 estudantes foram assassinados durante uma
revolta que resultou na derrota do governo militar grego, pelo menos 23
pessoas morreram e centenas foram presas, quando tanques e soldados
invadiram o campus da Universidade Politécnica de Atenas. O número de
mortos nunca foi oficialmente estabelecido e algumas fontes defendem que o
número seja muito maior. Desde então o 17 de novembro é celebrado como um
dia de revolta na Grécia.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ESCÂNDALO DAS PASSAGENS

Vídeo mostra a farra que os representantes do povo fazem com o dinheiro público. Como forma de mais subsídios para defender o voto nulo, assista o vídeo.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A DOENÇA POLÍTICA

A doença política

Marx dizia que ser apolítico já é uma posição política, e eu concordo. Mas Marx dizia isso com uma intenção crítica, e eu discordo. Minha posição política é ser apolítico. Quando proferiu essa frase, que a esquerdalha sempre teve na ponta da língua, a intenção do velho diabo era levar o ouvinte a crer que ou você estava com os comunistas ou era um lacaio servil e abjeto do capitalismo. O desenrolar da história mostrou que a diferença entre os dois lados não era assim tão grande quanto uns e outros supunham, uma constatação da qual a recente egotrip etílica do outrora ídolo-mor da esquerda brasileira não passa de uma confirmação desnecessária. Esquerda e direita são duas formas de se posicionar dentro do sistema, mas é dentro do sistema que ambas se posicionam. Este haure suas forças da existência de classes em conflito, quaisquer que sejam elas; de haver exploradores e explorados, não importa quem explora quem; de uma hierarquia, e a composição específica dos níveis hierárquicos é olimpicamente indiferente. Hegemonia capitalista ou ditadura do proletariado, do ponto de vista do sistema dá tudo no mesmo. Ele continua vivo e atuante, contanto que haja um pólo positivo e outro negativo para gerar energia, como em qualquer pilha Duracel. Da mesma forma que uma usina hidrelétrica, é preciso apenas que alguém esteja por cima e outro alguém esteja por baixo. E é a esse desnível - estrutural, necessário, fundamental para o sistema - que chamamos de política. Logo, sou apolítico. Por convicção.
Isso não significa, porém, que eu seja alienado politicamente. Pelo contrário, acompanho a política, e a história da política, com um olho c(l)ínico. A política é a doença mais antiga da humanidade, uma verdadeira endemia, espalhada por onde quer que o animal humano se encontre. E não se trata de uma figura de linguagem. A política é uma doença e, como as moléstias mais infecciosas, é propagada por vírus que contraímos logo ao nascer, talvez até mesmo antes (e deixo ao arbítrio do leitor decidir se estou falando de reencarnação ou das pesquisas de David Boadella sobre como a couraça do caráter começa a se formar quando o bebê ainda está no útero materno, ou de ambas as coisas). A diferença é que os vírus da política não são microorganismos materiais, mas memes, padrões cognitivos que absorvemos da sociedade à medida que a sociedade vai moldando nossas percepções e personalidades, e que se entranham na estrutura de nosso cérebro de modo tão completo que passam a filtrar qualquer contato que possamos ter com a realidade. É impossível dizer exatamente quais e quantos são esses memes, mas os principais equivalem às categorias apriorísticas do conhecimento de Kant, que se apresentam sob a forma de pares: tempo/espaço, causa/efeito, sujeito/objeto. É nesta última dicotomia que devemos buscar a origem da exploração do homem pelo homem e dessa estranha distorção psíquica que vem a ser a política, uma distorção tão profunda que já nem nos parece uma distorção, mas a condição natural da humanidade. Nas palavras mal-traduzidas de Aristóteles, para nós o homem é um animal político. Não é. Tornou-se. E é preciso compreender como ele veio a se tornar isso para que possamos curá-lo. Para que possamos nos curar.
Místicos de todas as latitudes e longitudes sempre insistiram na união subjacente a todas as coisas, no fato de que nossa percepção da realidade como um universo composto de fragmentos individuais, interdependentes mas separados uns dos outros, é uma ilusão. A mecânica quântica redescobriu essa verdade com o efeito-EPR e o princípio de conexões não-locais. Místicos de todas as longitudes e latitudes sempre insistiram que o eu pessoal é uma ilusão. As neurociências redescobriram essa verdade com a constatação de que o sentimento de um eu pessoal é um efeito de perspectiva que surge apenas ao final do processo cognitivo, como a cereja egoística que arremata o bolo. Immanuel Kant, que não era místico, físico ou neurocientista, mas filósofo, já havia cantado essa bola no século XVIII: sujeito e objeto não são características das coisas-em-si, mas categorias (arbitrárias, como o pós-estruturalismo veio a salientar mais tarde, já no século XX) que a mente usa para estruturar nossas percepções. Em outras palavras, eu percebo a mim mesmo como um sujeito separado de todas as outras coisas e pessoas do universo, que automaticamente passam a ser vistos por mim como objetos da minha percepção. Objetos com os quais eu devo interagir, mas também objetos que eu posso manipular para meus próprios fins e que, do meu ponto-de-vista torto, existem apenas para serem usados por mim. A "natureza" torna-se uma coleção de recursos "naturais" e o outro, as outras pessoas, é instrumentalizado, transforma-se em uma força de trabalho que eu devo colocar sob o meu comando, se não quiser ser comandado. As complexas relações de poder que compõem a arena política, a estrutura hierárquica da sociedade, o sexismo e o racismo, toda forma de poder (é uma forma de morrer por nada), enfim, todas as mazelas da condição humana emergem espontaneamente dessa separação arbitrária - e patológica - entre sujeito e objeto. "Amar a Deus em todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo", recomendava o bom e velho JC, e com razão: se eu percebo meu próximo como sendo eu mesmo, se tenho consciência de que eu e ele somos partes do mesmo todo, não sou capaz de explorá-lo, não posso me ver como superior a ele, estamos todos em pé de igualdade, e igualdade e domínio são mutuamente exclusivos. E se eu vejo Deus em todas as coisas, inclusive em mim mesmo, é óbvio que essas coisas não existem apenas como meios para que eu possa alcançar meus objetivos egoístas.
Em resumo, é a dicotomia sujeito/objeto que torna a política possível. E essa dicotomia - que, como Piaget mostrou, não existe nas crianças antes do terceiro ou quarto ano de idade - se propaga em nossos corações e mentes como um vírus infeccioso. Por esse motivo, acompanho a política com todo o interesse do mundo - o interesse de um epidemiologista que acompanha a evolução de uma doença na esperança de erradicá-la. Todas as manifestações políticas não passam de sintomas, maiores (as cagadas globais e globalizantes de Bush Jr.) ou menores (os surtos totalitários do Barbudo do Planalto) dessa doença. Mas se a doença é política, sua cura não é. E assim, como todo bom anarquista, sou apolítico. Mas, ao contrário dos anarquistas clássicos, não acredito que basta mudar as estruturas econômico-sociais para erradicar a moléstia política. O buraco é mais embaixo e mais fundo. Passa por uma transformação radical de nossa própria psique, e pela redefinição de tudo o que fomos adestrados a considerar como naturalmente humano.

Fonte: extinto site franco atirador - Pelo Fim do AI-5 digital

quarta-feira, 29 de abril de 2009

1° DE MAIO- Os Mártires operários de Chicago e do Mundo

clique sobre as imagens para amplia-las e visualize a exposição em alta qualidade, veja, imprima, divulgue!!!



A história que não contam!